quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

19 #PapaiNoel

A gente vai crescendo e notando que o PAPAI NOEL da família passa a ser encontrado em muitos lugares. É Papai Noel magro, gordo, baixo, alto, branco, afro, com barba natural, sem barba, bem vestido, mau vestido, com balas, sem balas, bem humorado, mau humorado...Peraí, esse aí se parece com o meu pai, tio, avô...Estranho, não? Enfim, muitas perguntas passam a perturbar a cabeça das crianças. E não é que chegou a minha vez de ser "o bom velhinho". Vi um anúncio de um orfanato precisando de um, e logo resolvi pegar esse bico. Tudo ia muito bem. Eu estava na entrega de presentes e quando fui colocar no chão uma menina que acabava de ganhar uma boneca, a presilha do vestido dela se prendeu na minha longa barba e deu no que deu. Fiquei desbarbado. A reação foi automática. Todas as crianças ficaram congeladas e logo passaram a chorar aos berros. As freiras não sabiam mais o que fazer. E daí eu tive uma ideia. Contaria a verdade, pois a sinceridade é algo raro e as crianças teriam uma boa lição do "Papai Noel". Falei tudo o que já fiz na vida e a razão de estar ali. Por um momento até achei que elas estavam interessadas com o sincero relato, mas foi só eu terminar para elas passarem a chorar mais alto ainda. As freiras disseram que se a intenção era confessar, eu deveria ter ido ao Padre Quevedo, e não as crianças. Eu até retruquei que se tivesse ido ao Padre Quevedo, ele teria dito que Papai Noel "no existe"! Elas disseram que não era esse o Quevedo, mas outro, o que cuida da paróquia. Enfim, fui embora sem trenó e me sentindo o "Papai-Sacrilégio". Pai eu até sou, mas Noel, nem tanto! Obrigado ao Orfanato do Órfão Sozinho pela oportunidade e viva o papel do Papai Noel!
#UmBicoPorDia


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