segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

24 #Escultor

A escultura sempre foi uma arte que me chamou a atenção. Talvez seja por ter avô escultor, ou por gostar de arte, enfim, por alguma razão que não sei exatamente qual é! Estava eu passando pela praça da República, local característico de venda de artesanato em São Paulo, notei uma plaquinha com o seguinte anúncio: "Contrata-se escultor contemporâneo. Paga-se bem. Informações...". Daí eu pensei comigo, "bem, se querem um ESCULTOR contemporâneo, eu não precisarei  fazer nada realista. Isso quer dizer que deverá ser muito tranquilo. E o melhor, serei bem pago". Não pensei duas vezes, saí de lá e fui logo até o endereço. O lugar era um galpão cheio de mesas e onde centenas de escultores se espremiam para trabalhar. Parecia mais uma fábrica, do que algo artesanal. A função era esculpir em madeira, formas abstratas com muitas pontas. Outros fariam formas circulares, outros elípticas e assim por diante. Comecei a achar estranho, pois não havia um alarme para descanso e refeição. E o tempo ia passando. Eu até tentei perguntar, mas ninguém respondia nada. Diziam apenas que lá era assim. Como eu precisava daquele bico, continuei o trabalho até que a lixa elétrica atingiu o meu dedo. Gritei alto, peguei a peça que estava lixando e joguei longe. O problema foi que ela passou pelo muro e caiu na rua. Quer dizer, caiu na rua e atingiu um carro de polícia. Os policiais desceram e irritados e apertaram a campainha do galpão. Nesse momento, foi um corre corre. A polícia invadiu e prendeu muita gente. Mais tarde fui saber que o local realizava trabalho escravo. Não ganhei nada, mas sai de lá com a consciência limpa e bem torneada. E viva o papel do escultor! #UmBicoPorDia 

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