quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

60 #LavadorDeCarros

Enquanto eu não mostrar para as pessoas, que é essencial usar a água de maneira econômica e sustentável, não vou sossegar! Pessoalmente já estou nessa jornada pela água, há muito tempo. Quanto aos bicos, estou desde aquele em que fui entregador de água (bico #12), vocês lembram? O último foi o de lavador de pratos (bico #58). Ok! Eu sei que o final não saiu muito como eu queria, mas eu espero ter feito pelo menos alguém entender a necessidade de usarmos a água com responsabilidade e pensando no futuro (lembrando que o futuro pode ser até o dia de amanhã, hein!). Há duas ruas pra cima de casa, tem um lava rápido do Posto Menina. Com essa crise hídrica, felizmente eles tomaram a decisão certa, e passaram a fazer a lavagem a seco dos carros. Se você acha que lavagem a seco é feita pelo sopro dos funcionários, por um ventilador ou pelo aspirador de pó, você está enganado! A lavagem a seco é uma técnica em se utiliza apenas duas coisas: uma cera líquida especial e algumas flanelas. Com isso podemos economizar até 500 litros de água, que costuma ser a quantidade de água utilizada em uma lavagem de carro, acreditem! Enfim, como sou amigo do dono, o Seu Gianetti, não foi difícil conseguir uma oportunidade para "embicar" por lá! O processo era muito simples, em uma hora, eu consegui lavar quase dois carros. Para quem nunca tinha lavado um carro a seco, eu estava muito bem! Até que chega uma caminhonete 4x4 lotada de barro. Logo que vi, já imaginei que levaria um bom tempo nela. Como eu teria que usar muito mais cera do que cabe um spray, fui pegar mais no latão que me indicaram. Embora a cor do material fosse diferente, eu peguei com a flanela e comecei. O barro parecia que estava se liquefazendo. Estava tudo indo fácil até demais. Quando eu estava do outro lado da caminhonete, um dos lavadores, me chamou do lado em que eu havia começado. Curioso, fui ver o que ele queria me mostrar. E quando olhei para a lataria, não tinha barro, brilho e nem a pintura da caminhonete. Putz! Era uma mancha branca que ia do pára choque até a traseira da caminhonete. Ele ria e me perguntou que material eu usei para limpar. Eu disse que era aquele do latão. Com espanto ele me olha e diz: "Noooossa! Aquilo é ácido, Luccas!". Eu fiquei paralizado e quando olhei para trás, quem estava me olhando? O dono da caminhonete é claro! Ele não conseguia nem falar. E eu então.... O Gianetti até correu até a conveniência, para pegar um copo de água com açúcar, e ver se acalmava o cliente. Ele tomou o copo e com um gesto agressivo, jogou o copo contra o chão e veio para cima de mim. Eu não pensei duas vezes, subi na carroceria e fiquei em cima dela. Como o cliente estava um pouco acima do peso, não conseguia subir para me pegar. Até que ele cansou e decidiu sentar para descansar. Nesse momento, a distância, eu pedi mil desculpas e disse que se ele não se importasse, eu poderia completar a limpeza e deixar sua caminhonete por igual, ou seja, branca inteira. Ele levantou novamente e saiu correndo atrás de mim. Consegui escapar. Ufa! Mais tarde liguei para o Gianetti para me desculpar, mas ele não atendeu. Vá saber o porquê! E viva o papel do lavador de carros! #UmBicoPorDia          

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