segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

63 #Bordadeiro

Enxaqueca. Ninguém merece isso. Coloquei na lista das possíveis causas: noites mal dormidas, algo que comi e não caiu bem, o pedreiro que sumiu (estamos em obras no apto), culpa da Dilma...? Enfim, na incerteza do que teria causado essa turbulência cerebral, coube a mim descansar e me dar um dia livre na busca pelo emprego e na atualização do blog. Me desculpem, mas também sou humano, né! Mas vamos lá, ontem eu ainda estava com a cabeça com os "sinos balançando". Era até um balanço leve, mas já o suficiente para incomodar. Sendo assim, resolvi tentar pegar um bico pra fazer em casa. Home office. Ócio criativo. Esse é o futuro, minha gente! Lembrei de uma costureira amiga de minha mãe, a Dona Gertrudes. Minha ideia era oferecer a ela o serviço de BORDADEIRO. Eu nunca bordei nada. A única coisa que sei fazer é prender botão e fechar, de maneira muito ruim, rasgo em tecido. Mas como é que ele quer pegar um bico de bordadeiro, se mal sabe costurar? Pois é, concordo com vocês. Mas felizmente existe uma coisa chamada "YouTube"! Lá você pode encontrar por exemplo: Como ensinar um caranguejo a andar para frente? Como respirar embaixo da água? Como ensinar um gato a latir e um cachorro a miar? Tem tudo lá. E se tem tudo, é claro que teria aulas de bordado. Depois de fazer um curso rápido de 1 hora, fui falar com a Dona Gertrudes. Ela até me perguntou se eu bordava, e eu disse que não, mas havia aprendido recentemente (eu não precisava falar que tinha aprendido somente há algumas horas atrás, certo?). Ela me deu alguns panos de prato e pediu que eu bordasse flores neles. Peguei tudo, cheguei em casa e mandei ver na agulha e nas linhas. No início mandei ver mais na agulha, pois espetei o meu dedo algumas dezenas de vezes. Mas sabe que isso até teve um lado bom! A enxaqueca parou para dar voz ao meu dedo, que mais parecia um pequena peneira. Dedal? Ah! Fui descobrir depois. Aff! Eu não conseguia bordar nem uma reta. Como é que eu iria fazer uma flor? Depois de algumas horas, finalmente comecei a bordar algo. Não era uma flor. Na verdade, não era nada. Por mais que eu me esforçasse para bordar um lírio ou uma margarida, acabava saindo algo abstrato demais. Incompreensível até.  Mas e se eu convencesse a Dona Gertrudes a vender panos de prato com bordados abstratos? Era isso! Bordei todos e levei para ela ver. Chegando lá, sem dizer nada, a Dona Gertrudes pegou um pano, virou e desvirou. Pegou outro, virou e desvirou. Pegou todos e fez a mesma coisa. Dai ela olhou para mim e disse: "Luccas...me desculpe, mas eu não estou interessada em vender tela de quadro, mas pano de prato!". Eu não sabia o que dizer. Até tentei explicar para ela que foi uma forma que "criei" para que as pessoas passassem a dar mais valor ao pano que só seca pratos. Ela riu e disse: "Não! Pano de prato é pano de prato. Bordado é bordado. E bordado não é isso você fez!". Eu me esforcei, mas tudo bem! Então, viva o papel do bordadeiro! #UmBicoPorDia       

Nenhum comentário:

Postar um comentário