quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

33 #Lixeiro

Lembro que quando era pequeno ia passar as férias na casa de meus avós, em Piracicaba (SP). E uma das inúmeras lembranças, era a caixinha que meus avós davam religiosamente para o jornaleiro, o guarda da rua e para o LIXEIRO. Todos os anos era assim. Sempre trataram com respeito a todos. Até os pedintes, as vezes, ganhavam comida quentinha feita por minha avó. Mas esses trabalhos sempre deram muito conforto para os meus avós (para quem não seria?). Ser lixeiro, por exemplo, não é tarefa nada fácil. Imaginem ter que acostumar com o cheiro que tempera cada saco de lixo? Deve ser que nem trabalhar em fábrica de chocolates e bolachas. Depois de um tempo, você nem sente mais o cheiro. Apesar de que com o lixo é outra história. Ele tem uma infinidade de fragrâncias nada agradáveis. Em bom estado é uma, azedando é outra e se decompondo então... Como biólogo, seria interessante ver como todo esse processo funciona. Da coleta ao aterro sanitário. Se eu ficasse no aterro separando o material, iria perder a aventura e o corre corre de pegar os sacos de lixo e correr para jogá-lo na caçamba e ao mesmo tempo tomar cuidado para não ser deixado pelo caminhão. Então lá fui eu pegar um bico na Pega & Corre Resíduos, uma empresa pequena que serve poucos bairros da cidade. O trabalho exigiria muito preparo físico, pois pegar o saco, correr e lançá-lo no caminhão é treinamento de atleta. Dei conta de uma rua, da outra, mas na terceira, o cansaço bateu. Eu não queria demonstrar isso para o restante da equipe, então engoli o cansaço e lá fui eu pegar os sacos. O problema é que eu peguei e lancei o saco tão forte, que ele não caiu no caminhão, mas bateu no vidro de um carro que estava subindo a rua. O saco abriu todo e o carro parou na hora. Era macarrão, casca de frutas, papel higiênico...espalhados por boa parte do veículo. Com todo aquele lixo, o motorista do carro, não conseguiria ver nada. Ele estava possesso. E com razão, claro! O minimo que eu poderia fazer, além das desculpas, era limpar toda aquela sujeira. Perguntei se poderia entrar no carro e ele deixou. Acionei a água e os limpadores para amenizar a situação do vidro. Não adiantou, pois espalhou mais ainda. O dono do carro disse que ia me pegar e entrou no carro. Rapidamente eu abri a porta do passageiro e sai correndo. Ufa! Obrigado a Pega & Corre Resíduos pela oportunidade, mas fui um lixo com vocês, não? E viva o papel do lixeiro! #UmBicoPorDia    

2 comentários:

  1. O segredo é gerar o mínimo de lixo. Com orgânico pode se fazer composto e ou, no meu caso dar as galinhas e o sólido, separar para reciclar, pouco se sobra.
    Imperdoável é fazer uma trilha e encontrar, (desovas) de lixo de toda qualidade em meio aos carreiros de canaviais... VAMOS ABRIR OS OLHOS...

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  2. Esse é mesmo o caminho, João! Se cada um fizesse a sua parte para deixar o ambiente mais sadio e equilibrado...Longo abraço

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