domingo, 11 de janeiro de 2015

37 #Pizzaiolo

Uma vez li que em São Paulo, aqui na capital, se consomem por dia, 1 milhão de pizzas. É lenha, farinha, tomate, queijo, azeitona...que não acaba mais. É a dieta do paulistano. Dieta essa entregue sob responsabilidade de uma figura clássica, o PIZZAIOLO. Faça chuva ou faça sol, lá está ele entregando a pizza ao seu destino. Temos que bater palmas para ele. Tudo bem que quando atrasam, não são bem as palmas que queremos dar, não é mesmo? rs Enfim, minha ideia era pegar esse bico e entregar as pizzas de bicicleta. Dessa forma, eu voltaria a me exercitar e ao mesmo tempo tiraria um dinheiro para ajudar em casa, Então já vou logo dando um salve para a Pizzaria do Jabuti, que foi a única que me deu um voto de confiança nessa estratégia. Eles curtiram a ideia da bicicleta, pois a entrega, até então, era só feita a pé e é claro, a lugares próximos. Foi ao que passei a entender a relação com o jabuti. Pura injustiça contra esse pobre animal! Mas vamos lá. Cheguei uma hora antes de começar a fazer as entregas, pois queria me habituar um pouco, ver se estava tudo certo com a bicicleta e GPS. E o telefone toca. Era a minha primeira entrega. Eu deveria levar uma pizza de estrogonofe (isso é pizza que se peça, pô?) em prédio bem próximo da pizzaria. Coloquei a pizza na garupa e pedalei até lá. Chegando, o porteiro pediu que eu subisse com a pizza, já que o cliente não tinha como descer. Achei estranho, mas subi. Era o 10º andar, apartamento 102. Toquei a campainha e uma senhora abriu a porta. A mulher vestia um casaco de pele grosso e um chapéu estranho, do tipo russo. E foi só ela abrir a boca para eu perceber que realmente se tratava de uma russa da "melhor idade". Eu não entendi muito o que ela falava, pois o português era muito ruim. Entreguei a pizza, mas quando eu estava já saindo ela disse: "Kero ki você toma vodka komigo!". Eu recusei, pois estava trabalhando e também pelo fato de não curtir beber o tal destilado russo. Mas como ela insistiu dizendo que mora sozinha e que se sente muito só, eu topei e disse: "Mas só uma dose, hein!". Ela concordou, mas foi oferecendo mais e mais e mais. Quando realmente consegui sair de lá, chega o marido dela, um cara enorme e que pesava uns 200 kilos. Ao ver a cena, ele foi logo questionando a mulher em russo, claro. Eu estava parado ali sem entender bulhufas. Depois ele vira para mim e pelo que eu entendi, ele achou que eu estava seduzindo a mulher dele com vodka. Seduzindo com vodka? Eu me expliquei dizendo que não era nada daquilo e depois de muito tempo, ele se desculpou. Ufa! Imagine só se ele sentasse em cima de mim? E disse em um português também péssimo, que eu só iria sair de lá se tomasse toda a garrafa de vodka. Seriam as pazes. A contragosto, eu tomei, pois vá que eles tivessem algum envolvimento com a máfia russa? Já bêbado, saí do prédio quase que carregado pelo russo com a ajuda do porteiro. Imagine ter que pedalar nessa situação. Foi só eu dar umas três ou quatro pedaladas, para cair e só acordar no dia seguinte na calçada. Acordei na calçada e quando fui procurar a bicicleta , cadê? Tinham roubado tudo. Diante dessa situação, eu nem tinha muito o que fazer, a não ser ir até a pizzaria para contar o que aconteceu e me desculpar . Fui até lá, mas eles acharam a história louca demais para acreditar em mim. E disseram para eu continuar minha busca, pois aquilo não iria terminar em pizza! E viva o papel do pizzaiolo! #UmBicoPorDia

2 comentários:

  1. Vim prestigiar mais um post seu, adoro ver os seus bicos sempre me animam. Imagina a vida sem pizza sera só tristeza

    ResponderExcluir
  2. Pois é, seja com os amigos ou com a família, a pizza é sempre uma boa pedida! Muito obrigado pela presença constante!

    ResponderExcluir