quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

55 #Passadeiro

Quem disser que a única profissional gabaritada a passar roupas é passadeira, informe-se, pois o PASSADEIRO também nessa "parada", hein! Eu nunca tinha escutado, confesso, mas assim como o lavadeiro, nós homens também temos espaço no mercado de lavar e passar. Mas não são todos que dominam esse ofício. Eu, por exemplo, aprendi por necessidade. Estava sozinho e precisava passar uma camiseta de última hora, já que sair com a roupa toda amarrotada, não estava em meus planos. O Dona Bastiana (bico #54), da Lavanderia do Porto, além de lavar, também tinha atuação para passar roupa. E sabendo que eu precisava de um bico, me deu mais uma oportunidade de mostrar que eu mereço o emprego. Para não dar problema, ela me deixou responsável pelas camisetas. Tudo que saia da lavagem e secagem, passaria pelo meu ferro. Passei uma, duas, três......cinquenta camisetas (se não errei a conta). Eu já estava ficando quase com a mão cozida pelo calor do ferro. Parei para descansar e ver as atualizações em meu blog. Enquanto a mão semi cozida resfriava, eu segurava o celular com a outra. E ao me empolgar, encostei na tábua e o ferro que estava em pé no canto da tábua, caiu em cima da mão que . Era como se eu colocasse um filé cru, ou melhor, mal passado, em uma chapa quente. A única diferença, era que a chapa veio de cima. A tostada foi tanta, que por alguns segundos eu nem tive reação. Mas logo depois, deu um grito de "ai", que a seção parou. Eu não tinha tempo pra mais nada. Naquele momento era somente eu e minha mão. Enquanto me recuperava, senti um cheiro forte de fumaça. Olhei pra minha tábua e vi que o ferro ainda estava ligado e torrando a camiseta que eu estava passando. Na verdade o calor foi tanto que varou a camiseta e já estava consumindo a madeira da tábua. Não pensei duas vezes, peguei o ferro e coloquei na tábua ao meu lado. Eu nem vi direito, apenas o peguei e coloquei do lado. O problema é que ao lado tinha outro colégio. E nem preciso dizer que o ferro tostou a mão dele também, certo? Já éramos dois queimados, uma tábua marcada e uma camiseta varada. Dona Bastiana não quis mais nada. Achou melhor oferecer a saída, antes que eu tomasse ferro. E viva o papel do passadeiro. #UmBicoPorDia

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